Financiamento, consórcio ou poupança? Saiba a melhor forma de comprar um carro zero
Se o financiamento é uma maneira rápida de obter o carro zero, o consórcio é considerado por alguns uma “poupança forçada”. Poupança forçada que obviamente não rende juros ao consumidor, mas uma pequena taxa à administradora, que é infinitamente menor que os juros pagos aos bancos numa operação de financiamento. Com a ajuda do professor de finanças da Faculdade Novos Horizontes Paulo Vieira, o caderno Vrum simulou a compra de um carro de R$ 35 mil de formas diferentes, comparando o valor gasto com o que seria economizado em uma poupança real.
Para a simulação do financiamento foi escolhido um plano de 60 meses, sem entrada, com taxa de juros de 1,5% (já incluídos os encargos que incidem nos juros, gerando o Custo Efetivo Total/CET). No final do plano, o carro custa mais de R$ 50 mil. Ao passo que se o valor da prestação (R$ 888,77) fosse depositado todo mês na poupança, ao final de 60 meses poderia ser comprado um carro de mais de R$ 60 mil. Mas se o consumidor tem pressa, uma opção mais plausível seria poupar pela metade do tempo e depois dar uma boa quantia de entrada. De novo, foi escolhida a taxa de 1,5% de juros para manter o padrão, mas vale lembrar que com uma entrada maior, fatalmente seria possível obter planos com juros menores. Obviamente, lembrando que, 30 meses depois, o carro de R$ 35 mil também deverá estar mais caro, mas normalmente o percentual de alta no período é de 1% a 2%.
…mas com o total gasto no financiamento de 60 meses (R$ 53 mil), seria possível comprar um Linea Essence 1.8… |
Para a aquisição por meio do consórcio também foi escolhido o prazo de 60 meses, o mais usual, com taxa de administração (que é única para o período) de 13,5%. A essa taxa deve ser somado um seguro de 0,08% normalmente cobrado pelas administradoras para suprir situações inesperadas como a morte do consorciado. Pelo quadro, fica claro que o valor final pago pelo consumidor é “apenas” cerca de R$ 4 mil maior do que o preço do carro. Porém, é bom lembrar que quem entra num consórcio não recebe o bem, mas uma carta de crédito no valor escolhido e ao final de 60 meses o carro provavelmente já subiu um pouco. Além disso, num consórcio, conta-se com a sorte. Tanto pode-se ser o primeiro como o último a receber a carta, esperando-se 60 meses pelo carro. Logo, o tempo mais comum de espera é de 30 meses, ou a metade do período investido. Sendo assim, a reportagem optou não só por simular o que seria acumulado em poupança no prazo de 60 meses com o depósito mensal da parcela paga no consórcio como imaginar o que se teria na poupança em 30 meses: mais de R$ 21 mil.
Esse valor poderia ser dado como lance para o resgate do carro mais rápido, porém, como o consórcio é sempre de 60 meses e a taxa de administração única independentemente do valor dado como lance, a quantia final paga pelo carro seria a mesma, com a diferença de se quitar o pagamento mais cedo e de se já estar com o carro em mãos. Assim, fizemos nova simulação combinando o rendimento com um provável financiamento. E o valor pago a mais pelo carro é ainda menor do que seria no caso do consórcio.
…enquanto que optando pela poupança em 60 meses, o consumidor compra o Palio e leva um Celta com o troco |