Consórcios são modalidades muito antigas de aquisição de bens. Há mais de 50 anos o setor oferece a seus clientes formas para evitar o financiamento, seja pela pura preferência ou pela impossibilidade de utilização. E a boa notícia é que recentemente eles passaram a abranger outras formas: os consórcios de serviços.
Com esta modalidade de negócios, regulamentada em 2009, a partir da autorização prevista na Lei 11.795, de 2008, os clientes das concessionárias passaram a adquirir de maneira parcelada o dinheiro para pagar serviços advocatícios, assessoria financeira, aulas particulares, curso de autoescola, serviços mecânicos e até cirurgias plásticas.
As áreas que mais se destacam em todo o país entre os consórcios de serviços são residências – reformas ou renovações, com 38% do mercado, festas e eventos (21%), educação (13%), turismo e viagens (11%), e saúde e estética (9%). Apesar de recente, o serviço vem se destacando diante dos já consolidados consórcios de carros, casas e motos.
De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), em abril de 2013 o número de consorciados na modalidade no País já era de 16,4 mil, número 23,3% maior que o registrado no mesmo mês de 2012, quando os consorciados eram 13,3 mil. Os outros tipos de consórcios apresentaram, neste mesmo período, crescimento de 11,1%.
“De modo geral, o consórcio de serviços está sendo descoberto pelo consumidor brasileiro. Ele é algo muito novo, perto dos de automóveis e imóveis, que são vendidos há quase cinco décadas. É uma boa novidade, que vem apresentando um crescimento muito importante”, disse ao Diário Vitor Bonvino, segundo vice-presidente da ABAC.
Para Bonvino, o consórcio de serviços é uma boa opção pela possibilidade de comprar um serviço de forma planejada. “Se o cliente puder esperar, ele tem mecanismos de concessão ao crédito para este serviço a um baixo custo a médio e longo prazo”, afirma.
Outra vantagem do setor destacada pela ABAC é o fato de que quando se adquire um consórcio de serviços, investe-se no dinheiro, sem qualquer ligação com o produto final. Assim, na hora da contratação, o consumidor não precisa discriminar o serviço para o qual o dinheiro será utilizado. “Por exemplo: a criança acaba de nascer e os pais fazem um consórcio para pagar a festa de um ano dela, mas, no meio do caminho têm um imprevisto. Este dinheiro poderá ser utilizado para esta situação, explica Bonvino.
De acordo com a pesquisa da ABAC, nos consórcios de serviços os créditos têm variado entre R$ 1,5 mil e R$ 38 mil, sendo que 98% dos participantes são pessoas físicas. As parcelas mensais pagas são corrigidas anualmente com base em índices como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), com o objetivo de manter atualizado o valor do crédito do serviço que será contratado pelo consorciado.